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Foto do escritorRafael Piccolotto de Lima

Por que músicos querem vir para Nova Iorque?

Atualizado: 25 de mai. de 2023

Por que será que tantos músicos sonham em vir para a cidade de Nova Iorque?


Talvez você também tenha curiosidade para me perguntar: por que eu me mudei para cá?


A razão é simples: Nova Iorque é uma cidade onde muita coisa está acontecendo o tempo todo, é onde estão vários artistas de altíssimo nível com quem se pode colaborar, assim como pessoas influentes para - possivelmente - mostrar o trabalho. Além disso, a cidade concentra recursos e espaços importantes.


Isso tudo faz Nova Iorque ser extremamente convidativa para artistas de todo tipo, apesar dos elevados custos de viver aqui e da competitividade cruel que é própria da cidade.


Compositor brasileiro Rafael Piccolotto de Lima em Nova Iorque

Encontra-se aqui todo tipo de artista; do mais alto nível, de todos os tipos, estilos musicais, gêneros e especialidades.


Com certeza, um dos principais chamarizes de Nova Iorque é essa diversidade e o nível dela. Ouso dizer que fora dos ambientes originais dos estilos, das culturas originárias, Nova Iorque talvez seja o lugar onde encontramos o nível mais alto de qualidade na representatividade destas culturas, “fora de casa”.


Por exemplo, se você estiver no Brasil, vai encontrar uma grande quantidade e qualidade de artistas brasileiros produzindo música brasileira. Mas, aqui em Nova Iorque, você também encontrará uma série de músicos brasileiros do mais alto nível. E, mesmo que muitos não morem aqui, provavelmente eles vêm ocasionalmente para tocar, se apresentar e realizar projetos.


Sua melhor vitrine musical

Nesse sentido, podemos considerar a “grande maçã” – apelido da cidade – como uma vitrine do mundo, onde muitos artistas querem vir apresentar seus trabalhos. Sabe-se que é possível encontrar público, contratantes e colaboradores de qualidade. Além de, obviamente, adquirir o status do sucesso ao conseguir algum espaço entre os gigantes da cidade.


Aqui, músicos podem também apreciar o trabalho de outros artistas. Ou seja, é um ponto de encontro, uma vitrine de muito do que há de mais novo e melhor do que está se produzido. E digo isso nas mais diversas áreas da música e da arte em geral. Um lugar para ver e ser visto, e obviamente, se inspirar!


Romero Lubambo & Rafael Piccolotto de Lima Chamber Orchestra. Gravação de album ao vivo no Jazz at Lincoln Center em Nova Iorque.
Romero Lubambo & Rafael Piccolotto de Lima Chamber Orchestra. Gravação de album ao vivo no Jazz at Lincoln Center em Nova Iorque.

Espaço para a diversidade e individualidade

Um ponto interessante é que, por mais que se entenda Nova Iorque como o berço de muitas tendências mundiais que são mainstream, aqui também é o espaço das individualidades e das especificidades. Em oposição, em cidades menores, a tendência é você ouvir a mesma música – que está da “moda” – sendo tocada em todos os lugares, replicando o que é apresentado pela grande mídia.


Mas, por mais que os grandes eventos de Nova Iorque sejam, muitas vezes, sobre o que as pessoas falam ao redor do mundo, ela é – ao mesmo tempo – uma cidade que, a cada quarteirão, você encontra uma coisa diferente. Cada bar, clube, teatro, casa de espetáculo ou sala de concerto vai ter um estilo de música e um público específico. Então, essa variedade que não é mainstream – e é de alta qualidade – é um ponto muito especial a se observar; um terreno fértil para artistas.


De Nova Iorque para o mundo!

Nesse sentido, o sucesso global é bem provável para algo produzido em Nova Iorque que conquistou um público cativo, conseguiu se expandir e se estabelecer no mercado local. A tendência é que o artista de sucesso aqui encontre um cenário muito mais favorável para crescer e influenciar o resto do mundo.


Eu lembro vividamente de uma conversa sobre esse assunto com o já falecido legendário produtor de jazz, Larry Rosen. Eu tinha sido convidado para ir ao seu apartamento na Fisher Island, uma ilha ao sul de Miami Beach, e conversar sobre a pós-produção de um programa de televisão e álbum. Eu, ainda muito imerso no universo acadêmico, com 27 anos de idade e cursando o doutorado em composição de jazz na Universidade de Miami, perguntei a ele qual seria um bom próximo passo para minha carreira.


Perguntei se deveria voltar ao Brasil depois que concluísse meus estudos, se deveria ficar em Miami ou talvez me mudar para Nova Iorque. Ele, que dividia residência entre Miami (para fugir do inverno) e Nova Iorque (para aproveitar o verão), me recomendou a ida a Nova Iorque.


Larry Rosen me disse algo do tipo: "Se você estiver ativo e tiver sucesso na cena de Novo Iorque, o mundo todo vai querer te ver. Vai ser mais fácil você ser convidado para realizar projetos em todo lugar. E, você sendo Brasileiro, provavelmente sempre terá as portas abertas para produzir em casa. O contrário - morar no Brasil e querer estar ativo em Nova Iorque - vai ser muito mais difícil."


Eu segui seu conselho e, no final de 2016, me mudei para a região metropolitana de Nova Iorque; cheio de sonhos e projetos a realizar.



Vale lembrar de uma frase famosa relacionada a este ponto: "If you can make it in New York, you can make it anywhere". Em tradução livre, “Se você consegue realizar em Nova Iorque, você pode dar certo em qualquer lugar”. Essa frase vem justamente do entendimento da competitividade e dificuldade de se destacar por aqui.


A atuação na cidade é quase como um teste de qualidade e resiliência de um profissional.


Sobre os desafios da cena de Nova Iorque, eu posso atestar por experiência própria que são muitos! Mas, isso é assunto para um outro blog.


Aliás, já trouxe um pouco da minha experiência em outro texto, onde comento o fato de Nova Iorque ser – ao mesmo tempo – a melhor e a pior cidade do mundo para artistas. Um lugar propício para uma série de coisas, assim como apresentar muitos dos maiores desafios que se pode encontrar no meio artístico.


Posso dizer que esses mesmos desafios são um chamariz para muitos músicos; uma questão de honra, de provar para si mesmo e para o mundo a própria capacidade em um cenário do mais alto nível!


Clique no link a seguir e leia este blog: "Músicos em Nova Iorque: os dois lados da moeda"

 

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Rafael Piccolotto de Lima - Compositor, arranjador, diretor musical, produtor musical e educador
Sobre o autor

Rafael Piccolotto de Lima foi indicado para o Grammy Latino como melhor compositor erudito. Ele é doutor em composição de jazz pela Universidade de Miami e tem múltiplos prêmios como arranjador, diretor musical, produtor e educador.


Suas obras foram estreadas e/ou gravadas por artistas como as lendas do jazz Terence Blanchard, Chick Corea e Brad Mehldau, renomados artistas brasileiros como Ivan Lins, Romero Lubambo, e Proveta, e orquestras como a Jazz Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica das Américas e Metropole Orkest (Holanda).


Criadores musicais (conteúdo educacional):

Rafael Piccolotto de Lima (conteúdo artístico):
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