Para os apreciadores, gêneros musicais podem ser apenas uma questão de preferência. Mas, para compositores, arranjadores e produtores musicais, o fazer musical de cada estilo pode ser bem diferente.
Você sabe, por exemplo, qual a principal diferença entre a música de concerto e a música popular? E que compositores de diferentes estilos podem ter processos criativos bem distintos?
Para quem quer se aventurar no universo da criação musical, conhecer profundamente as nuances e diferenças de estilo é algo extremamente importante. Os processos criativos de cada gênero tem uma influência direta no resultado final da obra.
A música de concerto e a música popular podem apresentar similaridades em diversos aspectos, como a construção de um tema, por exemplo, mas tendem a seguir processos de composição e desenvolvimento musical bem diferentes.
O compositor completo
Sob um ponto de vista mais amplo, quando falamos em música de concerto, o compositor geralmente exerce uma série de funções. Ele é o criador completo da obra. Não apenas cria um tema e um acompanhamento de acordes, mas é “responsável” por tudo o que está acontecendo, ou seja, se torna o compositor, arranjador e orquestrador.
Processo colaborativo
Já na música popular, a figura do compositor que cumpre todas estas funções é menos comum. Ao contrário, geralmente os compositores populares focam somente na construção melódica com um acompanhamento simples de acordes (e possivelmente um letra, se for uma canção). Todo o restante do processo de desenvolvimento da obra, incluindo arranjo, muitas vezes é executado por outros profissionais.
A forma
Outra grande diferença é a estrutura. Música de concerto tende a ser mais longa, com formas mais complexas e maior desenvolvimento. Enquanto a música popular, principalmente se pensarmos em uma estrutura de canção, são mais curtas, simples e mais repetitivas, com os versos e o refrão. A música popular tem uma forma bem mais fechada se comparada a estrutura livre e mais alongada de muitas composições de concerto, incluindo o jazz orquestral.
Além disso é importante mencionar que cada compositor, seja ele erudito ou popular, tem sua própria maneira de escrever, o que amplia ainda mais as possibilidades criativas e a variedade de resultados musicais.
No final das contas, cada compositor tem o potencial de ser um universo musical em si, para além de gêneros e classificações. Minha tese de doutorado, por exemplo, discute exatamente isso, a fluidez dos gêneros musicais e as infinitas possibilidades do processo criativo.
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Sobre o autor
Rafael Piccolotto de Lima foi indicado para o Grammy Latino como melhor compositor erudito. Ele é doutor em composição de jazz pela Universidade de Miami e tem múltiplos prêmios como arranjador, diretor musical, produtor e educador.
Suas obras foram estreadas e/ou gravadas por artistas como as lendas do jazz Terence Blanchard, Chick Corea e Brad Mehldau, renomados artistas brasileiros como Ivan Lins, Romero Lubambo, e Proveta, e orquestras como a Jazz Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica das Américas e Metropole Orkest (Holanda).
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